“A natureza reclama
desenvolvimento livre. Se não se põe obstáculos, as plantas crescem e florecem
rapidamente, e os animais dispendem suas energias pelos bosques e campinas, nas
montanhas, selvas e oceanos, enfim o que poderíamos denominar o campo selvagem.
Este fato é verdadeiro até certo ponto. Com a arte da jardinagem, podemos fazer
que uma macieira dê frutos mais abundantes. Graças à instrução de um treinador
de cães, um cachorro pode chegar a ser o mais fiel guardião de uma casa de
campo, ou um bom amigo para as crianças. Em outras palavras: uma prudente orientação das forças naturais
conduz a que o mundo seja mais belo e habitável.O que vale para as flores
ou pássaros, pode-se aplicar com muito mais razão aos homens: um pouco de cuidado produz maravilhas; um
esquecimento, descaso, pode ser muito daninho. Mas de nenhuma maneira, a
educação se parece com uma domesticação, já que se trata de pessoas livres que
estão chamadas a uma vida eterna de amor e felicidade.
Nenhum homem pode alcançar seu próprio destino
sem a ajuda e a orientação de outros.Ninguém jamais poderá “fazer-se” por
si mesmo. Devemos nossa origem a outros. Para nos realizarmos, temos
necessidade de outros”. Jutta Burgraff
Esta citação, talvez um pouco longa me fez pensar numa multidão de pais e mães
de família, que levados por uma mídia mal orientada, acredita que nada mais
pode fazer por seus filhos adolescentes.
Tenho estado com muitos pais de adolescentes, graças ao trabalho com o programa
Protege tu Corazón nas escolas e grupos independentes. Os pais
estão perdidos, não sabem o que fazer, o que falar, como se aproximar de seus
filhos adolescentes.
Por essa razão, muitos “lavam as suas mãos” usando como desculpa que devem
“respeitar a liberdade” dos filhos.
Como vimos no exemplo acima,
será que
não potencializar as capacidades, e habilidades dos filhos é mesmo respeitar a
liberdade?
Os adolescentes, por sua vez, se queixam que não conversam com seus pais. Por
que isto acontece? Parece que se criou uma barreira entre pais e filhos
adolescente. Interessante é notar que quando os filhos são pequenos ( até 6, 7
anos) os pais são interessadíssimos e querem de verdade dar uma boa orientação
aos filhos.Tenho comprovado isto na prática com muitos casais.
Mas...quando
entram na adolescência....esses mesmos pais desaparecem!!!!
Ao que podemos atribuir esse “desaparecimento” dos pais?
Estou convencida que o grande vilão dessa distância que se cria, é que o
período da adolescência é o momento onde começam as grandes mudanças internas e
externas que lhes apontam para uma realidade: “estou me tornando um homem” ou “
estou me tornando uma mulher”.
Em outras
palavras é a fase da vida onde se dão conta da sua sexualidade e como deverão
se comportar, viver como homem e mulher em todas as suas dimensões.
Mas, ao mesmo tempo que
a sexualidade é
a coisa mais natural do mundo, pois é a vivência pessoal como homem ou mulher
em todas as dimensões, os pais têm enorme dificuldade para abordar este
tema com os filhos adolescentes. Assim como os filhos, os pais confundem
sexualidade com sexo, amor com sexo e parece que falar de sexualidade é
descrever com detalhes o ato sexual.
Não!
A sexualidade é uma realidade
humana! Está relacionada ao amor, à família, à vida! Ser homem e ser
mulher, aprender a conhecer as nuances da personalidade do sexo oposto,
entender porque fomos feitos sexuados é uma maravilha que não tem porque ser
evitada.
Compreendo que os pais se omitam, porque não foram formados para isto, uma vez
que também seus pais não se sentiam à vontade para conversar sobre este
assunto. Não tiveram sua afetividade educada, nunca conversaram sobre
sentimentos, ansiedades, frustrações, angústias...
No contato com os jovens, quando os fazemos descobrir esta maravilha, a reação
é emocionante!
Os adolescentes e jovens
são pessoas maravilhosas, inteligentes, mas muitas vezes estão como os cães
selvagens soltos na selva!
Que bom será se pais, escolas e pessoas que estão à cargo de orientar os jovens
se dêem conta da sua responsabilidade. O Programa Protege tu Corazón tem feito
este papel há 16 anos em mais de 18 países e agora também no Brasil.
Não sem razão afirmava S. João Crisóstomo:
“ Mais que a um pintor, ou a um escultor, ou ao maior dos artistas eu admiro ao
que sabe formar os coração dos jovens.”